UMA PUBLICAÇÃO DO ALMANAQUE DO SERTAO ATRAVEZ DE NOSSOS ESTUDOS E PESQUISAS ATUALIZADAS FIQUE EM DIA COM O TEMPO
HISTÓRIA DA ASTRONOMIA
Iran Carlos Stalliviere Corrêa – Museu de Topografia Prof.
Laureano Ibrahim Chaffe
A Astronomia através dos tempos
A Astronomia é a
mais antiga das ciências. Descobertas
arqueológicas têm fornecido evidências de observações
astronômicas
entre os povos pré-históricos. Desde a antiguidade, o céu
vem sendo
usado como mapa, calendário e relógio. Os registros
astronômicos mais
antigos datam de aproximadamente 3.000 a.C. e se devem aos
chineses, babilônios, assírios e egípcios. Naquela época, os
astros eram
estudados com objetivos práticos, como medir a passagem do tempo
(calendários), para prever a melhor época para o plantio e a
colheita,
ou com objetivos mais relacionados à astrologia, como fazer
previsões
do futuro, já que acreditavam que os deuses do céu tinham o
poder da
colheita, da chuva e mesmo da vida.
A Astronomia Pré-Histórica
Estudando os sítios
megalíticos, tais como os de Callanish,
na
Escócia, o círculo de Stonehenge, na Inglaterra, que data de
2.500 a
1.700 a.C., e os alinhamentos de Carnac, na Bretanha, os
astrônomos
e arqueólogos, chegaram à conclusão de que os alinhamentos e
círculos
serviam como marcos indicadores de referências e importantes
pontos
do horizonte, como por exemplo as posições extremas do
nascer e
ocaso do Sol e da Lua, no decorrer do ano. Esses monumentos
megalíticos são autênticos observatórios destinados à
previsão de
eclipses na Idade da Pedra.
Sítio megalítico
de Callanish – Escócia
Alinhamentos de Carnac - Bretanha Em Stonehenge, cada pedra pesa em
média 26 ton. e a avenida
principal que parte do centro do monumento aponta para o
local em
que o Sol nasce no dia mais longo do verão. Nessa estrutura,
algumas
pedras estão alinhadas com o nascer e o pôr do Sol no início
do verão e
do inverno. Os maias, na América Central, também tinham
conhecimentos de calendário e de fenômenos celestes, e os
polinésios
aprenderam a navegar por meio de observações celestes.
Stonehenge – Inglaterra
A Astronomia na Mesopotâmia
Os sumerianos foram
os primeiros a desenvolver a astronomia.
Parece justo reconhecê-los como fundadores da astronomia,
apesar de
terem sido também os criadores da astrologia. Realmente, a
princípio,
observavam os astros por motivos místicos, porém com o
tempo,
deixaram as suas pretensões místicas para se limitarem a
observar pela
simples observação. Assim fazendo, passaram de astrólogos a
astrônomos.
Tal mudança na
análise dos fenômenos celestes ocorreu
no
primeiro milênio antes de Cristo. Surgem assim, as primeiras
aplicações
de métodos matemáticos para exprimir as variações observadas
nos
movimentos da Lua e dos planetas. A introdução da matemática na
astronomia foi o avanço fundamental na história da ciência
na
Mesopotâmia.
Os sumérios e a astronomia A Astronomia Chinesa
A astronomia na
China, como na Mesopotâmia, foi essencialmente
religiosa e astrológica. Há dificuldade de reconstituir todo
o
conhecimento astronômico chinês, pois no ano 213 a.C. todos
os livros
foram queimados por decreto imperial. O que existe de mais
antigo em
matéria de astronomia remonta ao século IX a.C. Os chineses
previam
os eclipses, pois conheciam sua periodicidade. Usavam um
calendário
de 365 dias. Deixaram registros de anotações precisas de cometas,
meteoros e meteoritos desde 700 a.C. Mais tarde, também
observaram
as estrelas que agora chamamos de novas.
Astrônomos chineses
A Astronomia entre os Egípcios
É importante
registrar o papel desempenhado pelo Egito na
difusão das idéias e conhecimento mesopotâmicos. Foi por
intermédio
dos egípcios que os astrólogos e os astrônomos babilônicos
chegaram
ao Ocidente. A astronomia egípcia, contudo, era bastante rudimentar,
pois a economia egípcia era essencialmente agrícola e regida
pelas
enchentes do Nilo. Por esse motivo o ritmo de sua vida
estava
relacionado apenas com o Sol. As descrições do céu eram
quase nulas e
o zodíaco que conheciam era uma importação do criado pelos
babilônicos.
A deusa egípcia Nut (o firmamento) suportada pelo deus Shu e
separada do seu
amante (a Terra). A Astronomia Grega
O ápice da ciência
antiga se deu na
Grécia, de 600
a.C. a 400
d.C., a níveis só ultrapassados no século XVI. Do esforço dos gregos
em conhecer a natureza do cosmos, e com o conhecimento
herdado
dos povos mais antigos, surgiram os primeiros conceitos de Esfera
Celeste, uma esfera de material cristalino, incrustada de
estrelas, tendo
a Terra no centro. Desconhecedores da rotação da Terra, os gregos
imaginaram que a esfera celeste girava em torno de um eixo
passando
pela Terra. Observaram que todas as estrelas giram em torno
de um
ponto fixo no céu e consideraram esse ponto como uma das
extremidades do eixo de rotação da esfera celeste.
Modelo proposto por Tales com a Terra plana cercada por um
oceano.
Os Astrônomos da Grécia Antiga
Tales de Mileto
(624-546 a.C.) introduziu na Grécia os
fundamentos da geometria e da astronomia, trazidos do Egito.
Contase que em uma das viagens ao Egito, Tales impressionou o Faraó,
medindo a altura das pirâmides pela observação do
comprimento das
sombras, no momento em que a sombra de um bastão vertical é
igual
à sua altura. Foi o primeiro astrônomo a explicar o eclipse
do sol, ao
verificar que a Lua é iluminada por este astro. O que parece
mostrar e
provar que as suas idéias eram, não somente conhecidas, mas
também
largamente compartilhadas e discutidas. Tales aprendeu no
Egito a
teoria dos eclipses do Sol e da Lua, ou, pelo menos, que
esses
fenômenos se repetem dentro de um ciclo tal que sua previsão
se torna
possível. Previu assim em
585 a.C. um eclipse solar que até
hoje é
discutido entre historiadores se foi um fato verídico ou
algo inventado
para engrandecer ainda mais os suas obras. Pitágoras de Samos (572-497 a.C.) acreditava
na esfericidade da
Terra, da Lua e de outros corpos celestes. Achava que os
planetas, o
Sol, e a Lua eram transportados por esferas separadas da que
carregava as estrelas. Foi o primeiro a chamar o céu de
cosmos.
Aristóteles de
Estagira (384-322 a.C.) explicou que as fases da
Lua dependem de quanto da parte da face da Lua iluminada
pelo Sol
está voltada para a Terra. Explicou, também, os eclipses;
argumentou
a favor da esfericidade da Terra, já que a sombra da Terra na Lua
durante um eclipse lunar é sempre arredondada. Afirmava que o
Universo é esférico e finito. Aperfeiçoou a teoria das
esferas
concêntricas de Eudoxus de Cnidus (408-355 a.C.), propondo
em seu
livro De Caelo, que "o Universo é finito e esférico, ou
não terá centro e
não pode se mover."
Heraclides de
Pontus (388-315 a.C.) propôs que a Terra girava
diariamente sobre seu próprio eixo, que Vênus e Mercúrio
orbitavam o
Sol, e a existência de epiciclos.
Aristarco de Samos (310-230 a.C.) foi o primeiro a propor
que a
Terra se movia em volta do Sol, antecipando Copérnico em
quase 2.000
anos. Entre outras coisas, desenvolveu um método para
determinar as
distâncias relativas do Sol e da Lua à Terra e mediu os
tamanhos
relativos da Terra, do Sol e da Lua.
Eratóstenes de
Cirere (276-194 a.C.), bibliotecário e diretor da
Biblioteca Alexandrina de 240 a.C. a 194 a.C., foi o primeiro
a medir a
circunferência da Terra. Ele notou que, na cidade egípcia de
Siena
(atualmente chamada de Asuan), no primeiro dia do verão, ao
meiodia, a luz solar atingia o fundo de um grande poço, ou seja, o Sol
estava incidindo perpendicularmente à Terra em Siena. Já em
Alexandria, situada ao norte de Siena, isso não ocorria;
medindo o
tamanho da sombra de um bastão na vertical, Eratóstenes observou
que em Alexandria, no mesmo dia e hora, o Sol estava
aproximadamente sete graus mais ao sul. A distância entre
Alexandria
e Siena era conhecida como de 5.000 estádios. Um estádio era uma
unidade de distância usada na Grécia antiga. Como 7 graus
corresponde a 1/50 de um círculo (360 graus), Alexandria deveria estar
a 1/50 da circunferência da Terra ao norte de Siena e a
circunferência
da Terra deveria ser 50×5.000 estádios. Infelizmente, não é
possível se
ter certeza do valor do estádio usado por Eratóstenes, já
que os gregos
usavam diferentes tipos de estádios. Se ele utilizou um
estádio
equivalente a 1/6 km, o valor está a 1% do valor correto de 40.000
km.
Hiparco de Nicéia (160-125 a.C.), considerado o maior
astrônomo
da era pré-cristã, construiu um observatório na ilha de
Rodes, onde fez
observações durante o período de 160 a 127 a.C. Como
resultado, ele
compilou um catálogo com a posição no céu e a magnitude de
850
estrelas. A magnitude, que especificava o brilho da estrela,
era dividida
em seis categorias, de 1 a 6, sendo 1 a mais brilhante, e 6
a mais fraca
visível a olho nu. Hiparco deduziu corretamente a direção dos pólos
celestes, e até mesmo a precessão, que é a variação da
direção do eixo
de rotação da Terra devido à influência gravitacional da Lua
e do Sol,
que leva 26.000 anos para completar um ciclo.
Para deduzir a precessão, ele comparou as posições de várias
estrelas com aquelas catalogadas por Timocharis e Aristyllus
150 anos
antes (cerca de 300 a.C.). Estes eram membros da Escola
Alexandrina
do século III a.C. e foram os primeiros a medir as
distâncias das
estrelas de pontos fixos no céu (coordenadas eclípticas). Foram,
também, dos primeiros a trabalhar na Biblioteca de
Alexandria, que se
chamava Museu, fundada pelo rei do Egito, Ptolémée Sôter
Ier, em 305
a.C. Hiparco também deduziu o valor correto de 8/3 para a
razão entre
o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua e também que
a
Lua estava a 59 vezes o raio da Terra de distância; o valor
correto é
60. Ele determinou a duração do ano com uma margem de erro
de 6
minutos. Ptolomeu
(85-165 d.C.), Claudius Ptolemaeus foi o último
astrônomo importante da antiguidade. Ele compilou uma série
de treze
volumes sobre astronomia, conhecida como o Almagesto, que é
a maior
fonte de conhecimento
sobre a astronomia na Grécia. A contribuição
mais importante de Ptolomeu foi uma representação geométrica do
sistema solar, geocêntrica, com círculos e epiciclos, que
permitia
predizer o movimento dos planetas com considerável precisão
e que foi
usado até o Renascimento, no século XVI.
A Astronomia na Idade Média
Em 1252, Afonso X, o
Sábio, Rei de Castela (Espanha), que em
1256 foi proclamado rei e no ano seguinte imperador do Sacro
Império
Romano, convocou 50 astrônomos para revisar as tabelas
astronômicas
calculadas por Ptolomeu, que incluíam as posições dos
planetas no
sistema geocêntrico, publicado por Claudio Ptolomeu em 150
d.C., no
Almagesto. Os resultados foram publicados como as Tabelas
Alfonsinas.
Os dados e comentários que se foram anexando ao Almagesto
formaram as fontes essenciais para o primeiro livro-texto de
astronomia do Ocidente, o Tratado da esfera de Johannes de
Sacrobosco.
John Holywood
(1200-1256) Sua obra foi várias vezes reeditada,
ampliada e comentada. Foi o principal texto de instrução
acadêmica até
o tempo de Galileu. John Holywood era um monge inglês que
também
atendia pelo nome latinizado de Joanes de Sacrobosco.
Professor de
Astronomia na Universidade de Paris, Sacrobosco foi o autor
do livro
astronômico com o maior número de edições até hoje, o
"Tractatus de
Sphaera Mundi", publicado pela primeira vez em 1473. O
"Sphaera" era
um manual de astronomia e geografia muito utilizado pelos
portugueses durante a era das grandes explorações e não
deixa
dúvidas aos historiadores modernos, de que a esfericidade da
Terra
fosse um fato bem reconhecido na época.
Nicolau Cusano
(1401-1464), matemático e astrônomo. É
interessante ressaltar que suas idéias sobre o universo
infinito e sobre
a investigação quantitativa da natureza brotaram de reflexões
teológicas e religiosas.
Nicolau Copérnico
(1473-1543) apresenta o sistema heliocêntrico.
A base deste novo pensamento veio, em parte, das escolas
bizantinas.
Manteve durante toda a vida a idéia da perfeição do
movimento
circular, sem supor a existência de outra forma de
movimento. Tycho Brahe (1546-1601)
descobriu erros nas Tabelas Alfonsinas.
Em 11 de novembro de 1572, Tycho notou uma nova estrela na
constelação de Cassiopéia. A estrela era tão brilhante que
podia ser
vista à luz do dia, e durou 18 meses. Era o que hoje
chamamos de
super nova. Publicou suas observações no
De Nova et
Nullius Aevi
Memoria Prius Visa Stella, em Copenhague em 1573. Com seus
assistentes, Tycho conseguiu reduzir a imprecisão das
medidas, de 10
minutos de arco deste o tempo de Ptolomeu, para um minuto de
arco.
Foi o primeiro astrônomo a calibrar e checar a precisão de
seus
instrumentos periodicamente, e corrigir as observações por
refração
atmosférica. Também foi o primeiro a instituir observações
diárias, e
não somente quando os astros estavam em configurações
especiais,
descobrindo assim anomalias nas órbitas até então
desconhecidas.
Johannes Kepler
(1571-1630) descobriu as três leis que regem o
movimento planetário. As duas primeiras foram resultados de
árdua
computação trigonométrica, na qual usou as observações de Marte,
realizadas por Tycho Brahe. Em 1619 Kepler publicou
Harmonices
Mundi, em que as distâncias heliocêntricas dos planetas e
seus períodos
estão relacionados pela Terceira Lei, que diz que o quadrado
do período é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol.
Esta lei foi descoberta por Kepler em 15 de maio de 1618. Em
17 de
outubro de 1604 Kepler observou a nova estrela (supernova)
na
constelação de Ophiucus, junto a Saturno, Júpiter e Marte,
que
estavam próximos, em conjunção. Kepler também estudou as
leis que
governam a passagem da luz por lentes e sistemas de lentes,
inclusive
a magnificação e a redução da imagem, e como duas lentes
convexas
podem tornar objetos maiores e distintos, embora invertidos,
que é o
princípio do telescópio astronômico. Em relação a Kepler,
devem ser
mencionados também seu telescópio astronômico e suas Tábuas
Rodolfinas.
Galileu Galilei
(1564-1642). Em maio de 1609 ouviu falar de um
instrumento de olhar à distância que o holandês Hans
Lipperhey havia
construído, e mesmo sem nunca ter visto o aparelho, construiu sua
primeira luneta em junho, com um aumento de 3 vezes. Galileu
se deu
conta da necessidade de fixar a luneta, ou telescópio como
se chamaria
mais tarde, para permitir que sua posição fosse registrada com
exatidão. Até
dezembro ele construiu vários outros, o mais potente
com 30X, e faz uma série de observações da Lua, descobrindo
que esta
tem montanhas. De 7 a 15 de janeiro de 1610 descobre os
quatro
satélites maiores de Júpiter e sua revolução livre em torno
do planeta.
Descobriu também as principais estrelas dos aglomerados das
Plêiades
e das Híades e a primeira indicação dos anéis de Saturno e
as manchas
solares.
Por suas afirmações,
Galileu foi julgado e condenado por heresia
em 1633. Sentenciado ao cárcere, Galileu, aos setenta anos, renega
suas conclusões de que a Terra não é o centro do Universo e
imóvel.
Apenas em 1822 foram retiradas do Índice de livros proibidos
as obras
de Copérnico, Kepler e Galileu, e em 1980, o Papa João Paulo II
ordenou um reexame do processo contra Galileu, o que
eliminou os últimos vestígios de resistência, por parte da igreja Católica, à
revolução Copernicana.
Não se deve esquecer
que foram os grandes observadores e
teóricos dessa época, como Hevelius, Huygens e Halley, que
ajudaram
a erguer a nova astronomia.
A Nova Astronomia
Sir Isaac Newton
(1643-1727). Sua obra monumental fixa as
bases da mecânica teórica. Da combinação de suas teorias com
sua lei
de gravitação, surge a confirmação das leis de Kepler e, num
só golpe,
o estabelecimento, em bases científicas, da mecânica
terrestre e
celeste. No domínio da óptica, Newton inventou o telescópio
refletor,
discutiu o fenômeno da interferência, desenvolvendo as
idéias básicas
dos principais ramos da física teórica, nos dois primeiros
volumes do
Principia, com suas leis gerais, mas também com aplicações a
colisões,
o pêndulo, projéteis, fricção do ar, hidrostática e
propagação de ondas.
Somente depois, no terceiro volume, Newton aplicou suas leis
ao
movimento dos corpos celestes.
O Principia é reconhecido como o livro científico mais
importante
escrito. Os trabalhos astronômicos de Newton são apenas
comparáveis
aos de Gauss, que contribuiu para a astronomia com a teoria
da
determinação de órbitas, com trabalhos importantes de
mecânica
celeste, de geodésica avançada e a criação do método dos mínimos
quadrados. Nunca outro matemático abriu novos campos de
investigação com tanta perícia, na resolução de certos
problemas
fundamentais, como Gauss.
São dessa época os
notáveis trabalhos de mecânica celeste
desenvolvidos por Euler, Lagrange e Laplace, e os dos
grandes
observadores como F.W. Herschel, J.F.W. Herschel, Bessel,
F.G.W.
Struve e O.W. Struve. Vale a pena lembrar uma data histórica
para a
astronomia - a da primeira medida de paralaxe trigonométrica
de uma
estrela e, conseqüentemente, da determinação de sua
distância, por
Bessel (61 Cygni) e F.G.W. Struve (Vega), em 1838. Este
notável feito
da técnica de medida astronômica é basicamente o ponto de partida
para o progresso das pesquisas do espaço cósmico.
A Astronomia Moderna
A espectroscopia
estelar, a construção dos grandes telescópios, a
substituição do olho humano pelas fotografias, e os
objetivos de
sistematização e classificação, fizeram a astronomia evoluir
mais nestes
últimos cinqüenta anos do que nos cinco milênios de toda sua
história.
A partir deste momento, a história da astronomia, em
conseqüência do
desenvolvimento tecnológico da segunda metade do século XX,
sofre
uma tal mudança nos seus métodos, que a astronomia deixa o
seu
aspecto de ciência de observação para se tornar, também, uma
nova
ciência experimental, onde aparecem inúmeros ramos. As
principais
divisões da astronomia são a astrometria, que trata da
determinação
da posição e do movimento dos corpos celestes; a mecânica
celeste,
que estuda o movimento dos corpos celestes e a determinação
de suas
órbitas; a astrofísica, que estuda as propriedades físicas dos corpos
celestes; a astronomia estelar, que se ocupa da composição e
dimensões dos sistemas estelares; a cosmogonia, que trata da
origem
do universo, e a cosmologia, que estuda a estrutura do
universo como
um todo. A pesquisa espacial deu não só à cartografia, mas a
todos os
estudos das ciências na Terra e, em especial, aos levantamentos dos
recursos naturais do planeta, um novo dimensionamento.
MODELOS GEOMÉTRICOS DO SISTEMA SOLAR
O Modelo da Escola de Pitágoras
A
filosofia astronômica da escola pitagórica foi estabelecida por
três dos seus maiores membros: Pitágoras, Filolau e
Parmênides.
Eles
desenvolveram um conceito geométrico do Universo, que
tinha dez esferas concêntricas. O centro do Universo era
ocupado por
um fogo central. O Sol, Lua, Terra, Esfera de Oposição e
cinco planetas,
cada um ocupando uma esfera e girando ao redor do fogo
central. Todo
esse conjunto era circundado pela esfera das estrelas
fixas.
O fogo
central era invisível da Terra devido a presença de um
corpo que estava sempre entre a Terra e o fogo central: a
Esfera de
Oposição.
A Terra
girava uma vez por dia ao redor do fogo central e
exibia sempre a mesma face a ele. Com respeito ao Sol e às
estrelas, a
Terra girava sobre si mesma e produzia os intervalos de dia
e noite.
Os
conceitos de Universo Esférico dos Pitagóricos resultaram de
observações. Os gregos observaram que na Grécia a constelação da
Ursa Maior sempre permanecia acima do horizonte, enquanto no
Egito
ela aparecia e desaparecia abaixo do horizonte, em curtos
períodos de
tempo. Dessas observações eles teorizaram que a Terra era um
corpo
esférico flutuando no céu. Eles, então, concluíram que a
forma
fundamental dos corpos celestes e do céu era esférica.
O Universo pitagórico. o
Sol, a Lua, as estrelas e os planetas giram
sobre esferas concêntricas, em torno de
um fogo central.
As estrelas
“fixas” constituem a esfera maior.O Modelo Geocêntrico de
Eudóxio
Eudóxio,
discípulo de Platão, tentou expressar
matematicamente as idéias de Platão sobre as posições e
movimento
dos planetas.
Eudóxio
sabia que um sistema de poucas esferas, uma para
cada corpo, era obviamente inadequado. Os planetas não se
movem
constantemente sobre um círculo. Eles se movem mais rápido
ou mais
devagar e até mesmo param e se movem para trás. Eudóxio
elaborou
um esquema com uma vasta família de esferas concêntricas. Cada
planeta tinha um conjunto de quatro esferas, o Sol e a Lua
tinham três
esferas cada. Com uma combinação sutil do eixo de rotação
dessas
esferas, ele podia reproduzir, razoavelmente, os fatos
observados.
Aristóteles
rejeitou o modelo pitagórico e tentou
melhorar o
modelo de Eudóxio colocando mais esferas, que no total
chegaram a 54
esferas, com eixos, diâmetros e velocidades diferentes.
Aristóteles
concluiu que a Terra era redonda observando que a sombra da
Terra
sobre a face da Lua, num eclipse lunar, era um arco.
Trajetória aparente de Marte em relação às estrelas fixas,
mostrando
um movimento de regressão entre 10 setembro e 28 de abril.
O Modelo Heliocêntrico de Aristarco
Aristarco
construiu um modelo com duas hipóteses
simplificadoras:
1. A Terra gira sobre si - o que explica o dia e a noite.
(Outros
fizeram essa sugestão, entre eles Heráclides).
2. A Terra gira ao redor do Sol e os outros planetas também.
Isto explica o movimento aparente do Sol e planetas.
A idéia era
simples mas o modelo falhava completamente:
a) A tradição era contra. Era só uma idéia. b) Não havia
nenhuma evidência da rotação da Terra.
c) Se a Terra gira ao redor do Sol, as estrelas deveriam
apresentar paralaxe e nenhuma delas apresentava.
d) Principalmente porque esse modelo apresentava, aos olhos
dos filósofos de então, a falha imperdoável de se afastar do
dogma
platônico da imobilidade da
Terra. Por essa razão, o
Universo heliocêntrico de Aristarco ficou esquecido.
O Modelo Ptolomaico – Geocêntrico
O último
dos grandes astrônomos gregos foi Cláudio Ptolomeu
(150 d.C.). Escreveu o famoso livro ALMAGESTO, obra na qual
seu
modelo foi exposto e constituiu a Bíblia astronômica dos
1400 anos que
se seguiram.
Os
conceitos de círculos e epicírculos não são originais de
Ptolomeu, pois foram propostos por outros antes dele, entre
eles
Hiparco. De acordo com o sistema ptolomaico, cada planeta se move
num círculo pequeno (epiciclo), cujo centro se move ao redor
da Terra,
a qual é estacionária e está no centro do Universo.
Como
Mercúrio e Vênus são vistos sempre perto do Sol,
Ptolomeu colocou o centro de seus epiciclos sobre uma linha
entre a
Terra e o Sol, com o centro dos epiciclos movendo-se ao
redor da
Terra, num círculo condutor (deferente).
O Sistema Ptolomaico Desenvolvendo o modelo, Ptolomeu
percebeu que se os corpos
se movem em órbitas circulares ao redor da Terra, um
observador
sempre veria os planetas se movendo na mesma direção e isto
não
concorda com as observações, porque os planetas, em certas
épocas,
parecem parar e se mover na direção oposta (laçada). Para
explicar
esta laçada, Ptolomeu colocou cada planeta movendo-se num
pequeno
círculo (epiciclo), cujo centro C move-se ao longo de uma
circunferência
maior (círculo condutor ou deferente) com seu centro em A. O
centro
do epiciclo move-se com velocidade constante ao redor do
ponto Q, o
qual é colocado sobre o lado oposto ao centro do círculo condutor
(deferente) em relação à Terra. O movimento retrógrado é
produzido
quando o planeta está dentro da deferente.
Ptolomeu
reproduziu o movimento observado dos planetas e
forneceu meios de se prever a posição futura deles,
“facilmente”.
O sistema de epiciclos de Ptolomeu.
Astronomia Medieval
Antes de continuarmos falando dos modelos do
Sistema Solar
que surgiram, vamos comentar porque nenhum modelo surgiu
depois
do Almagesto, pelos próximos mil anos.
Quando os
hunos começaram a se deslocar em direção oeste
durante o terceiro século (d.C.) devido à grande pressão que
sofreram
do leste por parte dos Chineses e Mongóis, eles conquistaram e
destruíram tudo na sua passagem. Saquearam Roma em 455,
marcando o início do declínio Romano e nascimento do Império
Bizantino. Em 1453 o Império Bizantino colapsa quando
Constantinopla,
sua capital, é tomada pelos turcos.
Durante o
período de 400 d.C. até 1453 (Idade Média) a
aquisição de conhecimentos declinou por causa das
hostilidades que existiam entre os pagãos e os cristãos. Como as grandes escolas
gregas e o Museu Alexandrino eram pagãos, os conhecimentos
acumulados por esses estabelecimentos foram ignorados pelos
Cristãos
(ocidente). Os cristãos destruíram muitas das instituições
pagãs, como
por exemplo, a grande Biblioteca de Serapis e queimaram
muitos livros
que continham conhecimentos e cultura grega, por serem
heréticos.
Com o
período medieval na Europa, a astronomia entrou em
dormência. Durante esses séculos os Árabes tornaram-se os
donos dos
conhecimentos Gregos; muitos tratados gregos, sendo o mais
importante o Almagesto de Ptolomeu, foram traduzidos para o
Árabe. A
ciência Árabe floresceu e entrou na Europa pela Espanha no
século X.
O Modelo Heliocêntrico de Copérnico
No fim da
Idade Média estava surgindo na Europa um clima de
livre pensamento (sem muitas interferências políticas e
religiosas).
Textos Árabes e Gregos estavam sendo traduzidos para o Latim
e
universidades estavam sendo fundadas. Escolas de pensamento
estavam se formando.
Nesse
cenário de florescimento de idéias é que
Copérnico apresentou seu modelo heliocêntrico do Universo.
Sua obra
foi publicada no livro “Sobre a Revolução dos Corpos
Celestes” em
1543, ano de sua morte.
O modelo
de Copérnico é mais simples e próximo da realidade;
ele é baseado no fato de que a Terra gira sobre si
diariamente; que o
centro da Terra não é o centro do Universo, mas simplesmente
o centro
dela e da órbita da Lua; que todos os corpos celestes giram
ao redor do
Sol, o qual é ou está próximo do centro do Universo; e que
um corpo
mais próximo do Sol viaja com velocidade orbital maior do
que quando
está distante.
Ptolomeu
colocou a Terra no centro e sem girar porque ela se
quebraria se girasse. Copérnico argumentou que sendo a
esfera celeste
muito maior teria se quebrado primeiro se tivesse que girar
ao redor da
Terra.
Os
sistemas de Copérnico e Ptolomeu
apresentam duas
grandes diferenças básicas:
1.Copérnico trocou a posição do Sol e da Terra e eliminou o
ponto
Q (equant).
2.Para explicar as variações nas órbitas celestes ele supôs
que os
planetas se moviam em 34 epiciclos, 7 para Mercúrio, 5 para
Vênus, 3
para a Terra, 5 para Marte, 5 para Júpiter, 5 para Saturno e
4 para a
Lua.
Através do modelo de Copérnico foi possível a primeira
determinação de distância de um planeta ao Sol, em termos de
distância Terra-Sol.
A partir
do gráfico abaixo se torna evidente que quando visto
da Terra, Mercúrio irá apresentar um oscilação em torno do
Sol.
Isto é, se
num certo instante a Terra está em T1 e
Mercúrio está numa posição de máximo afastamento angular
(M1), à
“direita” do Sol, digamos, então, depois de 116 dias
Mercúrio estará,
novamente, numa posição (M2) de máximo afastamento angular,
à
direita do Sol e a Terra estará na posição T2. O ângulo de
máximo
afastamento angular para Mercúrio é de 23º e é determinado
observacionalmente. O ângulo de 67º é facilmente calculado,
pois o
triângulo T1. Sol. M1 é retângulo em M1. O ângulo entre T1 e
T2 é
determinado pela seguinte regra de três:
= 114
0
O ângulo
de 47º é obtido pela diferença 114º - 67º, portanto,
em 116 dias Mercúrio deu uma volta (360º) mais 114º (= 47º +
67º),
ou seja, percorreu 474º; assim podemos determinar o período
(T) de
Mercúrio pela seguinte regra de três:
\ T = 116 dias × \
T =
88 dias
Para Vênus
o procedimento é idêntico e para os
planetas
exteriores (que estão além da Terra) o procedimento é um
pouco
diferente.
Cálculo da distância Sol-Mercúrio (DSM) em termos da
distância SolTerra (DST)Esquema para o cálculo do período orbital de Mercúrio.
A estranha
laçada (loop) que os planetas externos apresentam
foi muito bem explicada por Copérnico. O fato do observador
estar em
referencial móvel, causa as inversões do movimento.
A teoria
heliocêntrica conseguiu dar explicações mais naturais e
simples para os fenômenos observados, porém, Copérnico não
conseguiu prever as posições dos planetas com suficiente
precisão e,
infelizmente, ele não alcançou uma prova categórica de que a
Terra estava em movimento.
Sua teoria
foi violentamente atacada pela Igreja Cristã e a sua
obra foi colocada no Índex dos livros proibidos pela
Inquisição.
Movimento aparente do planeta.O Modelo Tychônico do Universo
Em 1546, três anos depois da morte de
Copérnico, nasceu
Ticho Brahe. De família nobre, estudou na Universidade de
Copenhague
Línguas e Direito. Nesta época ocorreu um eclipse previsto e
isto
mudou o curso de sua vida. A partir daí começou a estudar matemática
e astronomia.
Ele
construiu seu próprio observatório em Augsburg,
Alemanha, e nele colocou os instrumentos mais sofisticados
que
existiam na época (ainda não havia lunetas ou telescópios).
Fez
observações sistemáticas do céu. Em 11/11/1572 viu uma
estrela que
brilhava até durante o dia - uma supernova.
O rei
Frederico II, da Dinamarca, ficou tão impressionado com
Brahe, que o convidou para ser matemático da corte e
professor de
matemática e astronomia na Universidade de Copenhagen. O rei
deu
para ele uma ilha, construiu um observatório - melhor do
mundo - e
muito dinheiro. Com todas essas facilidades, Brahe fez
registros muito
precisos das posições dos planetas durante anos seguidos.
Ticho
Brahe observou um grande cometa e mostrou que ele
estava muito além da Lua e, portanto, não era fenômeno
meteorológico
como pensavam.
Ticho era
um tremendo mau-caráter; administrou seu
observatório com mão de ferro e fez tantos inimigos que
quando o rei
Frederico II morreu, ele foi forçado a abandonar seu
observatóriocastelo.
Em 1599
ele chegou a Praga convidado pelo imperador Rodolfo
II para servir
como matemático da
corte. Dois anos
depois,
Brahe morreu.
O Modelo de Ticho Brahe
Para
Brahe, a Terra era o centro do Universo, pois ele nunca
observou o paralaxe de uma estrela! Assim, não aceitou o
modelo de
Copérnico, mas mudou o modelo de Copérnico para deixá-lo
mais
compatível com suas convicções.
O modelo
Tichônico era uma combinação do modelo de
Ptolomeu e do de Copérnico. No centro do Universo estava a
Terra,
imóvel; o Sol girava ao redor da Terra e os planetas, esta é
a diferença,
giravam ao redor do Sol. O sistema Tichônico, uma combinação
dos sistemas Ptolomaico e
Copernicano. A Lua e o Sol giram ao redor da Terra;
Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno giram ao redor do Sol.
Abaixo um breve histórico da evolução dos conhecimentos
sobre
astronomia.
750 a.C. - Os egípcios começam a utilizar o movimento do sol
para
contar o tempo. Surgem os primeiros relógios de Sol.
600 a.C. - O pesquisador grego Tales de Mileto calcula e
consegue
prever a chegada de um eclipse.
350 a.C. - O matemático grego Eudoxo de Cnidos elabora o
primeiro
mapa astronômico.
240 a.C. - O grego Eratóstenes faz o primeiro cálculo da circunferência
do planeta Terra e chega a conclusão que está distância é de
39.690 km.
140 - Claudius Ptolomeu, pesquisador grego, elabora o
primeiro modelo
do universo: a Terra ficaria no centro e os planetas e
estrelas
girariam em torno dela.
1054 - Na China, observadores de estrelas relatam, pela
primeira vez,
a morte de uma estrela na constelação de Touro.
1304 - O pintor renascentista italiano Giotto faz uma
pintura retratando
um cometa.
1472 - O astrônomo alemão
Johann Müller elabora, com detalhes,
estudos sobre a órbita de um cometa.
1543 - Nicolau Copérnico, astrônomo polonês, desenvolve
estudos
provando a teoria do heliocentrismo. De acordo com ela,
todos os planetas do sistema solar giram ao redor do Sol. Esta tese é
apresentada no livro Sobre a Revolução dos Corpos Celestes.
Embora não aceita pela Igreja Católica, a teoria passar ser
um
referencial nas pesquisas astronômicas, pois derruba a visão
de
Ptolomeu sobre o Universo.
1610 - O italiano Galileu Galilei desenvolve um instrumento
parecido
com um telescópio para observar os astros.
1845 - O irlandês William Parsons elabora o maior telescópio
de sua
época e descobre as primeiras galáxias espirais.
1851 - O físico francês Jean-Bernard-Leon Foucault comprova
o
movimento de rotação do planeta Terra.
1862 - O físico sueco Anders Jonas Angströn descobre que o
Sol
contém hidrogênio em sua composição.
1929 - O astrônomo norte-americano Edwin Powell Hubble
descobre
que as galáxias afastam-se uma das outras. É a semente para
a
Teoria do Big Bang, a explosão inicial que deu origem ao
Universo.
1963 - O norte-americano Maarten Schmidt faz descobertas
sobre os
quasares, os astros mais distantes e mais poderosos que
existem
no universo.
1964 - Os astrônomos Arno Allan Penzias e Robert Woodrow
Wilson
detectam a luz originária da explosão do Big Bang há 13
bilhões
de anos.
1967 - O astrônomo inglês Anthony Hewish consegue captar
sinais de
rádio do primeiro pulsar, uma espécie de estrela que emite
radiação no formato de pulsos regulares.
1971 - O pesquisador canadense C.T. Bolt detecta a existência
dos
buracos negros que concentram a maior quantidade de matéria
do
Universo.
1975 - O físico inglês Stephen Hawking conclui que um buraco negro
pode evaporar, perdendo nesse processo uma pequena
quantidade
de massa.
1987 - O astrônomo canadense Ian Shelton consegue a primeira
supernova próxima da Terra. As supernovas são explosões de
grandes estrelas próximas a morte.
1992 - O telescópio orbital Cobe consegue fotografar, com
grande
precisão, o brilho do Big Bang.
1999 - Os astrônomos, após observações e imagens do
telescópio
Hubble, comprovam que o Universo está se expandindo há 13
bilhões de anos, ou seja, desde o momento do Big Bang.
HISTÓRICO DA ASTRONOMIA NO BRASIL
A Astronomia no Brasil iniciou há 181 anos, com o
estabelecimento do Observatório Nacional pelo imperador Dom
Pedro I
em 1827, com o objetivo principal de manter a hora oficial para
orientar a navegação, que naquela época dependia da
comparação da
hora marcada por um cronometro oficial no navio e a altura
do Sol a
partir do horizonte, que estabelece a hora local, para localizar-se no
mar. O Observatório Nacional marcava o meio-dia com um tiro
de
canhão, e mais tarde com o lançamento de balões. Ainda hoje
o
Observatório Nacional é encarregado da hora oficial
brasileira, mas já
há muitos anos o sinal da hora é emitido por rádio.
No início da década de 1970, com a chegada dos primeiros
brasileiros, doutores em Astronomia, que haviam estudado na
França, a
astrofísica, que é o estudo das leis da natureza (física)
utilizando o
Universo como um grande laboratório, se inicia. Com a
instalação do
telescópio de 1,6 metros de diâmetro (do espelho) pelo
Conselho
Nacional de Pesquisas (CNPq), atual Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, ainda o maior
telescópio no
Brasil, no Observatório do Pico dos Dias, em Minas Gerais, a
astrofísica
se desenvolveu a passos largos. Nos últimos 35 anos o número de
doutores em Astronomia no Brasil cresceu de 2 para 350. Os
principais
centros de Astronomia do Brasil são o Instituto Astronômico
e Geofísico da USP, com cerca de 60 doutores, o Observatório Nacional no Rio de
Janeiro, com 40 doutores, o Departamento de Astronomia da
UFRGS,
com 14 doutores
e 14 doutores colaboradores e o Departamento de
Astronomia no INPE, em São José dos Campos, SP, com 15
doutores.
Existem grupos de Astronomia na Universidade Federal de
Minas
Gerais, Universidade Federal do Rio de Janeiro (Observatório do
Valongo), Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Universidade
Federal de Santa Maria e na Universidade Federal de Santa
Cat
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