Rio São Francisco
* Gilvan Meireles
Lá da Serra da Canastra
Sai o veio principal
Em correnteza se arrasta
Desce do Brasil Central
Chamado de “Opará”
Pela nativa-nação
Rio grande, rio mar
Fonte de alimentação
Foi lançada sua sorte
Na primeira invasão
Foi caminho para a morte
Saque, fome, escravidão
O invasor europeu
Quebrou sua paz suprema
Que a natureza lhe deu
O seu belo ecossistema
Às margens, gado, pomares
Do tal desenvolvimento
Cortam matas ciliares
Causam assoreamento
Velho Chico, sofrimento
Cerrados, devastação
Esgoto, desmatamento
Canal de poluição
Nas águas, vida e morte
Extinção, reprodução
Qual será a nossa sorte
Nesta triste turvação?
É o nordeste irrigar
Revestir de verde o chão
Fome e sede saciar
Com sua integração
Faz os campos florescer
Semi-árido sertão
Pra vida sobreviver
Provendo a água e o pão
Levando ao mar a impureza
Da nossa acomodação
Na força da correnteza
Num grito de apelação.
*Poeta Ambientalista
Contatos: (88) 8825-0424
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