“Dá Tristeza e Dá Prazer”
*Héber Meireles
Sem chuva, qual o destino?
Não se tem o que fazer
Povo sofre, bicho morre
Não há nem o que comer
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
Quando chove é diferente
Os olhos têm o que ver
Violeiro faz repente
Dá vontade de viver
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
Quando há seca no sertão
Falta água pra beber
Se enruguece todo chão
Sofro até para dizer
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
No inverno é diferente
Milho verde a valer
O velho fica contente
Vai pra roça se entreter
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
Até sapo se alegra
Cavalo volta a correr
Passarinho faz seu ninho
Canta no amanhecer
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
Quando fui a Juazeiro
Me inspirei para fazer
Foi bonito o que vi
Comecei a escrever
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
Quando estava retornando
Comecei entristecer
Vi criança trabalhando
Pra poder sobreviver
O sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer
Ao chegar a Cajazeiras
Foi que pude perceber
O que eu havia feito
Em poesia descrever
Que o sertão do nordestino
Dá tristeza e dá prazer.
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