Bóia Fria
* Gilvan Meireles
Eu vim lá do meu sertão
Terra de cabra-da-peste
Das quebradas do Nordeste
De Silvino e Lampeão
Da poesia e da canção
Do aboio e vaqueijada
Da estrada das boiadas
De gente de pé-no-chão
Pois a sêca do sertão
Que a todos nós engana
Me trouxe ao corte-de-cana
Pra sofrer humilhação
Sofrimento, exploração
Ganho mal dá prá comer
Em São Paulo merecer
Regime de escravidão
Dormindo no frio chão
Lembrando da minha amada
Caminhando aquela estrada
Dói dentro do coração
Vou voltar ao meu sertão
Não vou mais sair de lá
Vou plantar, quero dançar
Xote, forró e baião.
* Poeta Ambientalista (In Memorian).
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