BLOG ALMANAQUE DO SERTÃO PB

o secretariodopovo no blog disse...

Oração de São Marcos e São Manso

São Marcos, me marque, São Manso me amanse, Jesus Cristo me abrande o coração e me parta o sangue mau, a Hóstia Consagrada entre mim; se os meus inimigos tiverem mau coração não tenha cólera contra mim. Assim como São Marcos e São Manso foram ao monte e nele havia touros bravos e mansos cordeiros, e os fizeram presos e pacíficos nas moradas de suas casas, debaixo do meu pé esquerdo; assim como as palavras de são Marcos e São Manso são certas repito: filho pede o que quiser que serás servido e na casa que eu pousar, se tiver cão de fila retire-se do caminho que coisa nenhuma se mova conta mim, nem vivos nem mortos e batendo na porta coma a mão esquerda desejo que imediatamente abra; Jesus Cristo Senhor nosso desceu da cruz assim como Pilatos, Herodes e Caifas, foram os algozes de Cristo, e ele consentiu todas essas tiranias, assim como o próprio Jesus Cristo, quando estava no Horto fazendo sua oração, virou-se cercado de seus inimigos, disse Sursum Corda. Caíram todos no chão até acabar a sua santa oração, assim como as palavras de Jesus Cristo de São Marcos abrandaram o coração de todos os homens de mal espírito, os animais ferozes e de tudo o que consigo se quis opor, tanto vivos, como mortos, tanto na alma como no corpo e dos maus espíritos; tantos visíveis como invisíveis não serei perseguido de justiça nem dos meus inimigos que me quiseram causar dano.
Tanto no corpo como na alma. Viverei sempre sossegado na minha casa pelos caminhos e lugares por transitar vivente de qualidade alguma me possa estovar antes de todos e prestem auxílio naquilo que necessitar. Acompanhado da presente oração santíssima terei a amizade de todo mundo e toso me quererão bem e de ninguém serei aborrecido.
14 de agosto de 2010 11:55
o secretariodopovo no blog disse...

O SENHOR DO MUNDO



Consta que o senhor do Universo, certo dia, olhou para as campinas vazias, os rios sem peixes, o céu sem pássaros, as arvores sem ninhos, nenhuma ninhada nas florestas, nem um tropel nas veredas, e meditou que este mundo estava mesmo muito triste e desconsolado. Então resolveu fazer os animais. Sentou-se ao sol que era novo e radiante, apanhou barro de todas as cores, e dispôs-se a começar o trabalho. Quando assim aparelhado, o inimigo, que tinha pés de pato e rabo comprido, pelo corpo e chifres, quis dar também um de mão na feitura do mundo. _ Eu também quero ter parte_ Disse ele muito arrogante_ Tudo que alguém possa fazer, eu também posso fazer melhor. _ Seja como queres_ Disse o Senhor tranquilamente sem interromper a modelagem cuidadosa que fazia. Sentou-se o inimigo atento ao menor dos movimentos do Senhor. Vi-o tomar do barro, amassá-lo, formar a imagem, colocar aqui cintilação do diamante, ali o brilho da pétala, uma pincelada de sol, outro de brilho d’água, dali a pouco abriu as divinas mãos e dela saiu uma jóia rara, esvoaçante: o beija-flor. Saiu e já se pôs a visitar as flores, beijando a corola com seu longo bico e movendo num movimento sutil as finas asas de plumagem iridescente. _ Isso eu também faço_ Disse o invejoso. Pegou do barro com suas garras pontudas, afeiçoou longamente, pincelou nele verdes musgos e sombras de arvores no chão. Procurou a originalidade dos meios-tons, em vez das cores brilhantes do Mestre. A argila tornou-a do tom mais neutro um cinzento de neblina. Em vez de dois pés, modelou quatro, com mais dedos, mais longos, mais fortes para o pulo, e firmes. Abriu dois grandes olhos na cara achatada, para lhe dar vigorosa expressão. Era uma cabeça de sábio e de contemplativo não se lembrou das asas. Abriu a mão com um sorriso, e o bichoroco saiu saltando pelo chão. Era o sapo. Esse primeiro fiasco não o impediu de continuar. _ Em frente_ Disse ele. O Senhor tomou serenamente de mais um pouco de barro e tornou a modelar um bichinho delicado. Ave, também, marronzinha, olhinhos pretos, bico fino, pernas retas nervosas, nem estava pronta e já lhes saia da garganta uma cascata de gorjeios. _ Fácil_ Resmungou o temeroso. Mal o Senhor abriu a mão e o joão-de- barro vou para o primeiro ramo. _ Fácil_ Tomou da argila mais macia a mais doce ao manusear, volteou-a entre os dedos poderosos com cuidado, com arte, fez o animalzinho de pés delicados, focinho fino, cada feição delineada acapricho. O corpo foi revestido de velo fino entre pluma e pelo, seda antes que seda houvesse. Desta vez não se esqueceu das asas fê-la vigorosas grandes, e para não se desequilibrar no vôo, ligou-lhe as partes com uma membrana transparente mais forte, arrematada numa seqüela de curvas formando esquisito desenho. Para ser ainda mais original desenhou do marrom claro da plumagem do João-de-barro. Misturou cores de musgo de ferrugem e de sombra e gastou tinta a vontade sem economizar. _ Ficou bonito_ Avaliou sem modéstia alguma. Impeliu a sua criatura para o alto, ela girou, voando as tontas, ofuscada pelo o sol, e foi logo se resguarda numa loca de pedras, escura e úmida, onde ficou pendurada de cabeça para baixo. Estava criado o morcego. E já estava o Senhor novamente ocupado em suas criações feitas de luz e de cores armou um bichinho com olhos faceirados, terminando no alto com dois ferrões. Emendou dois lados, a guisa de asas,
14 de agosto de 2010 11:56
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